terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Recordando um Poeta extravagante, com um poema irreverente, cantado por uma belíssima voz !!


Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro...


  

Mário de Sá-Carneiro, nasce em Lisboa, em 19 de Maio de 1890 e morre em Paris a 26 de Abril de 1916. Poeta, contista e ficcionista, um dos grandes expoentes do Modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da "Geração d’Orpheu".

Aos vinte e seis anos, decide pôr termo à sua vida - rica de obras literárias e de inteligencia  - mas pobre em felicidade e conformismo.

Como ser irreverente que era, uma vez que a vida não lhe agradava, e aquela que idealizava tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa total angústia, que viria a conduzi-lo ao suicídio prematuro perpetrado no Hotel de Nice, no bairro de Montmartre em Paris, recorrendo para tal  a cinco frascos de arseniato de estricnina, a seu lado na derradeira agonia, esteve o seu amigo José de Araújo.

Extravagante tanto na morte como em vida, o poema FIM,  apesar de "curto" em versos, é de um conteúdo irreverente e até "cínico", acabando por ser um dos seus mais belos exemplos.

Embora o grupo modernista português tenha perdido um dos seus mais significativos colaboradores, nem por isso o entusiasmo dos restantes membros esmoreceu. Um dos seus amigos e confidentes Fernando Pessoa, dedicou-lhe um belo texto, apelidando-o de «génio não só da arte como da inovação dela», e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides, de Plauto que,

 «Morre jovem o que os Deuses amam»     "Quem di diligunt adulescens moritur".


Fonte: Pesquisa google

composição de página:  ®M.Cabral 

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