terça-feira, 16 de março de 2010

Irena Sendler - A Mãe das crianças do Holocausto

                                
                                                
“ A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade. - Irena Sendler "


Irena Sendler, polaca de nascimento, vem ao Mundo a 15 de Fevereiro de 1910 e morre em 12 de Maio de 2008, com 98 anos. Conhecida como "o anjo do Gueto de Varsóvia," foi uma activista dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuído para salvar mais de 2.500 vidas ao levar alimentos, roupas e medicamentos às pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida.


Durante a 2ª. Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além. Ela tinha conhecimento dos planos dos nazis relativamente aos judeus.
Pôs-se rapidamente em contacto com famílias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. Eram momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a que lhe entregassem os seus filhos e eles lhe perguntavam:
"Podes prometer-me que o meu filho viverá?". Irena respondia, "Que podia prometer, quando nem sequer sabia se conseguiriam sair do gueto?" A única certeza era a de que as crianças morreriam se permanecessem lá. Muitas mães e avós eram reticentes na entrega das crianças, algo absolutamente compreensível, mas que a ficarem viria a ser fatal para elas. Algumas vezes, quando Irena ou as suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de opinião, verificavam que todos tinham sido levados para os campos da morte.


Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de serapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças mais crescidas).
Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.
Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer. Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.


Por fim os nazis apanharam-na, partiram-lhe ambas as pernas, os braços e prenderam-na brutalmente, torturando-a e condenando-a à morte.
Enquanto esperava pela execução um soldado alemão levou-a entretanto, para um "interrogatório adicional".  Ao sair, gritou-lhe em  polaco   "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos  executados.
Os membros da Zegota tinham conseguido deter a execução subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.
Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num  frasco de vidro, enterrado debaixo de uma árvore no jardim de uma vizinha, para o caso de ela falecer.
Depois de terminada a guerra, tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família.  A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás.
Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.


As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas anos depois, quando a sua fotografia saiu num jornal depois de ser premiada pelas suas acções humanitárias durante a guerra, um homem chamou-a por telefone e disse-lhe: "Lembro-me da sua cara. Foi você quem me tirou do gueto." E assim começou a receber muitas chamadas e reconhecimentos públicos.

Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.

Em Novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwasniewski concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polónia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos seus familiares e por Elzbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que recordava como "a menina da colher de prata".


Proposta para o Nobel da Paz


Irena Sendler foi apresentada como candidata para o prémio Nobel da Paz pelo Governo da Polónia. Esta iniciativa pertenceu ao presidente Lech Kaczynski e contou com o apoio oficial do Estado de Israel através do primeiro-ministro Ehud Olmert, e da Organização de Sobreviventes do Holocausto residentes em Israel.

As autoridades de (Auschwitz) expressaram o seu apoio a esta candidatura, já que consideraram que Irena Sendler era uma, dos últimos heróis vivos da sua geração, e que tinha demonstrado uma força, uma convicção e um valor extraordinários frente a um mal de uma natureza monstruosa.

O prémio, no entanto, foi dado a Al Gore pelo slide show sobre o clima global. Não retirando o valor, mas não deixo de dizer que foi cometida mais uma grande injustiça.



Não permitindo que alguma vez, esta Senhora seja esquecida será a maior homenagem póstuma que se poderá prestar a esta heroína.

É bom que se reconheça que casos como o de Irena Sendler, são grandiosos exemplos para toda a Humanidade.


®M.Cabral  (em jeito de homenagem) 


- Fonte de Pesquisa - Wikipédia  e outras

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